Lesma – Os perigos causados por esta praga

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Estes moluscos que pertencem à Família Veronicellidae caracterizam-se por apresentar corpo mole e mucoso, sem segmentação visível ou apêndices articulados. Existem atualmente, nas Américas, 37 espécies de lesmas identificadas e muitas outras que necessitam de estudos mais detalhados para serem classificadas. Em alguns países da América Central e do Sul, os Veronicelídeos são pragas de importância agrícola, atacando principalmente leguminosas, solanáceas e brássicas, entre outros vegetais. 

Os danos provocados na agricultura pelas fases jovem e adulta destes moluscos, se constituem no consumo parcial ou integral de plântulas, brotos, folhas, talos e até raízes das plantas hospedeiras. Além disso, os vegetais atacados geralmente apresentam rastros de muco e presença de fezes, que depreciam e até inviabilizam a sua comercialização. 

As lesmas são animais hermafroditas, isto é, possuem órgãos genitais masculinos e femininos, sendo que um único indivíduo é capaz de se autofertilizar e produzir descendentes. Estudos mostram que as lesmas fazem suas posturas em fendas do solo ou embaixo de entulhos, onde os ovos podem permanecer viáveis por longos períodos, mesmo em condições climáticas desfavoráveis. Em condições normais, os indivíduos demoram aproximadamente seis meses para atingir a fase adulta e apresentam longevidade que pode alcançar até 20 meses. 

Para acentuar o problema, estes moluscos são vetores de parasitas. Segundo o Professor Dr. Carlos Graeff-Teixeira, da PUCRS, as lesmas entre outros moluscos, podem ser hospedeiros intermediários de Angiostrongylus costaricensis, nematoide causador da “angiostrongilíase abdominal” em pessoas e animais domésticos. No Brasil existem registros da doença do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, com o número de casos aumentando gradualmente, embora o diagnóstico nas pessoas contaminadas seja difícil.

O nematoide causador desta doença tem em moluscos e ratos silvestres seus hospedeiros adaptados, mas nos homens e em outros animais, o ciclo não se completa devido a intensa reação inflamatória que ocorre na parede do intestino delgado, capaz de causar áreas de congestão e necrose. Os pacientes infestados apresentam dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, constipação intestinal, febre e em casos extremos pode ser fatal. 

As lesmas são pragas de difícil combate, exigindo um manejo integrado de controle. Neste sentido, é indicado dar destino adequado aos restos vegetais e dejetos animais, que são fontes alternativas de alimento para estes moluscos. Plantas que são preferencialmente hospedeiras e que não apresentam importância econômica devem ser eliminadas ou então reduzidas.

Como medida profilática é recomendado eliminar os entulhos espalhados ou amontoados pela propriedade, reduzindo os locais de abrigo dos moluscos. Da mesma forma, a arejar os ambientes e facilitar a insolação, principalmente nas proximidades das edificações e lavouras, também são práticas capazes de reduzir a infestação destes animais.

Fonte: https://www.grupocultivar.com.br/artigos/rastejante-nojenta-e-perigosa

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