
Pombos: Entenda os perigos e como repeli-los!
19/11/2024Pesquisadores identificaram a presença do verme causador da meningite em um caramujo encontrado em um terreno no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A confirmação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) após a morte de um morador da cidade pela doença.
A infecção ocorre quando pessoas ingerem o muco liberado pelo caramujo, que pode estar presente em vegetais consumidos sem a devida higienização. Por isso, especialistas alertam para a importância de lavar bem os alimentos antes do consumo. O caramujo identificado pertence à espécie Megalobulimus, popularmente conhecida como aruá. Essa espécie ocupa a 74ª posição na lista das 100 espécies exóticas invasoras mais prejudiciais do mundo.
A ameaça das espécies invasoras
A presença de espécies exóticas é uma preocupação global. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), elas representam a segunda maior ameaça à biodiversidade mundial, ficando atrás apenas do desmatamento.
No Brasil, um dos exemplos mais alarmantes de invasão biológica é o caramujo-africano (Achatina fulica). Introduzido ilegalmente no país na década de 1980 como alternativa comercial ao escargot, ele rapidamente se proliferou e se tornou uma grave ameaça ao meio ambiente, à economia e à saúde pública.
Com sua concha cônica e espiralada, o caramujo-africano pode atingir até 20 centímetros de comprimento. Herbívoro, ele se alimenta de hortaliças, frutas e flores, além de causar prejuízos a plantações comerciais, como lavouras de cana-de-açúcar e soja. Além disso, esse molusco pode hospedar diversos parasitas, incluindo o verme causador da meningoencefalite eosinofílica, uma infecção potencialmente fatal.
Infestação e controle
A infestação de caramujos-africanos já foi registrada em 23 estados brasileiros, sendo as regiões Sudeste e Centro-Oeste as mais afetadas. No Rio de Janeiro, por exemplo, a espécie já está presente em 57 dos 92 municípios do estado.
O controle desse molusco não é simples e exige ações coordenadas. O primeiro passo é conscientizar a população sobre os riscos. Além disso, medidas como a vigilância epidemiológica, a identificação de focos de infestação e o controle mecânico – por meio da coleta e eliminação dos caramujos – são fundamentais. O controle químico, realizado com produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), também pode ser uma alternativa em casos específicos.
A prevenção, no entanto, é a melhor estratégia. Para isso, é essencial manter quintais e jardins limpos, evitar o acúmulo de entulhos e não descartar lixo em terrenos baldios. Caso um caramujo seja encontrado, a recomendação é recolher o animal e seus ovos com as mãos protegidas por luvas ou sacos plásticos, fechar bem o saco e quebrar as conchas para evitar a eclosão dos ovos. Em seguida, deve-se enterrar os restos em um buraco coberto com cal.
No Brasil, os estudos sobre o impacto ecológico do caramujo-africano ainda estão em estágio inicial, e muitas das estratégias adotadas no país são baseadas em experiências de nações como os Estados Unidos e a Índia.
Diante dos riscos à saúde e ao meio ambiente, o monitoramento contínuo e a participação ativa da população são essenciais para conter a proliferação desse molusco e evitar novos casos de infecção pelo verme da meningite.